Atualizado em: 21 de fevereiro de 2020

Mudar é muito difícil. Mas, a ciência e práticas milenares podem nos ajudar. Estudos mostram que a meditação encoraja a autocompaixão, abrindo novas possibilidades de bem estar.

Quantas vezes sentimos que os problemas da vida são maiores do que podemos suportar? Um divórcio, uma doença na família, a perda de um emprego, um pneu furado…

E, quantas vezes, sentimos que a autocrítica, e também a crítica dos outros, nos paralisa ao minar nossa autoestima? E até nos deixam envergonhados?

Pois saiba que a ciência sugere que o constante autojulgamento e vergonha fecham os centros de aprendizado do cérebro, roubando de nós os recursos de que precisamos para aprender novos comportamentos saudáveis.

É a ciência também que aponta um caminho: a autocompaixão, trazendo bondade e cuidados à nossa dor.

Como mudar a vida com a meditação e autocompaixão

Pesquisas mostram diferentes maneiras pelas quais a autocompaixão nos ajuda a fazer mudanças em nossas vidas. 

Por exemplo, pessoas que são mais gentis consigo mesmas estão mais habilitadas a conquistar objetivos como perder peso, se exercitar, parar de fumar ou se recuperar de abuso de substâncias. Quando somos autocompassivos, em vez de nos envergonhar, somos capazes de enfrentar nossas lutas de frente com todos os nossos recursos disponíveis. 

Um estudo revela, também, que pessoas que estão se divorciando e demonstram mais autocompaixão ao falar sobre seu rompimento são mais saudáveis, mais felizes e mais resilientes. 

O que é a autocompaixão

Sentir compaixão por si mesmo não é diferente de ter compaixão pelos outros. A autocompaixão envolve agir da mesma maneira em relação a si próprio quando você está passando por um momento difícil.

A explicação é da dra. kristin Neff, pioneira no estudo da autocompaixão. Ainda na faculdade, ela se interessou pelo budismo e pela meditação e resolveu estudar a prática.

Suas pesquisas resultaram em conhecimentos que compartilha em centros de apoio e no livro “Autocompaixão: Pare de se torturar e deixe a insegurança pra trás”, lançado no Brasil.

“Em vez de julgar e criticar impiedosamente por várias inadequações ou deficiências, a autocompaixão significa que você é gentil e compreensivo quando confrontado com falhas pessoais – afinal, quem disse que você deveria ser perfeito?”, diz a pesquisadora.

Como praticar a autocompaixão

As pesquisas revelam uma certeza de que é preciso praticar a autocompaixão, um pouco todo dia. A pesquisadora kristin Neff aponta os três elementos chaves da autocompaixão:

Atenção plena

O primeiro passo é a atenção plena. Aprender a prestar atenção às nossas experiências momento a momento sem julgá-las. 

 Bondade

O segundo passo é a bondade. A autocompaixão acrescenta o toque gentil de cuidado quando sentimos dor. 

Humanidade comum

O passo final é reconhecer nossa humanidade comum, o que nos lembra que não estamos sozinhos em nossa dificuldade. 

Prática regular de meditação pode aumentar a autocompaixão

Nos últimos anos, a meditação da atenção plena vem se tornando cada vez mais conhecida, assim como seus benefícios na redução do estresse, da ansiedade ou na obtenção de uma maior sensação de bem-estar. 

Pesquisadores da Pontifícia Universidade de Salamanca, na Espanha, realizaram recentemente um estudo e suas observações sugerem que praticar constantemente a meditação da atenção plena encoraja a autocompaixão, ajudando as pessoas a encontrarem um significado maior em suas vidas, mas também, reduzindo a tendência de evitar ou fugir de pensamentos ou emoções desagradáveis ​​que causam dor, sofrimento ou desconforto. Combinados, esses três fatores podem levar a melhorias no bem-estar e na saúde mental.

Quer praticar?

A professora e escritora sobre meditação e atenção plena Shauna Shapiro, Ph.D, é especialista no assunto e lança o primeiro livro no Brasil nas próximas semanas. O título deverá ser: “Bom dia, eu te amo: práticas de mindfulness e autocompaixão para recompensar o cérebro por calma, clareza e alegria”.  

Ela indica esse exercício para começar a experimentar a autocompaixão:

“Comece sentado em silêncio e permitindo que sua atenção repouse no fluxo natural da respiração, subindo e descendo em seu corpo.

Todos nós temos algo com que estamos lutando. Pergunte a si mesmo: que dor ou dificuldade precisa de minha atenção? Ouça o que a sua mente sugerir. Foque sua atenção no corpo. Identifique delicadamente todas as emoções que surgirem: “tristeza … medo … frustração”. Fique aberto, sem julgar e curioso. (Atenção plena)

Imagine o que você pode dizer a um amigo querido que enfrenta um desafio semelhante ao seu. Como você pode cuidar do seu amigo? O que você pode dizer? Como você pode apoiá-lo e incentivá-lo? (Bondade)

Por fim, lembre-se de como é natural que surjam tempos difíceis para todos nós. Reflita sobre todas as outras pessoas no mundo que possam estar em uma situação semelhante agora. Ofereça compaixão a si mesmo e a todas as pessoas que estão lutando agora. (Humanidade comum)

Quando terminar, reserve um momento para agradecer a si mesmo por dedicar esse tempo ao cultivo de caminhos de auto-compaixão. Sinta a integridade dessa prática e confie que as sementes que você plantou continuarão a crescer e a florescer. A autocompaixão não é uma solução rápida – é preciso força, coragem e fé. A chave é descansar no conforto dessa verdade universal: você pode ser seu próprio aliado interior.”

Quer saber mais sobre meditação e autocompaixão?

A Brahma Kumaris, movimento espiritual mundial que surgiu há quase 100 anos, está presente em vários países, inclusive no Brasil, ensinando meditação entre outras coisas.

A entidade disponibiliza leituras e práticas em seu site, gratuitamente.

Foto de capa: Pixabay – Squeeze

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