A idade é um fator de risco para a doença d e Alzheimer, mas estilo de vida pode ajudar a saúde cerebral
A Doença de Alzheimer está intimamente ligada à idade. Como as mulheres têm uma expectativa de vida maior, tornam-se mais suscetíveis à doença.
A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa. Os sintomas podem iniciar por volta dos 60 anos de idade. Mas a ciência já concluiu que os processos neurodegenerativos podem começar até duas décadas antes das primeiras manifestações clínicas, como o caso da Doença de Alzheimer. Algumas vezes começam a se manifestar com sintomas diferentes das clássicas dificuldades de memória.
Setembro é o Mês Mundial da Doença de Alzheimer e a Associação Brasileira de Alzheimer – Regional São Paulo (ABRAz-SP) realiza a 5ª edição da Jornada Paulista da Doença de Alzheimer para discutir a necessidade de um diagnóstico precoce para que se estabeleça novos critérios no tratamento da demência.
Nós conversamos com a médica geriatra Celene Queiroz Pinheiro de Oliveira, presidente da ABRAz-SP.
Por que a Doença de Alzheimer afeta mais as mulheres?
É verdade que a doença de Alzheimer acomete mais mulheres que homens. Os motivos ainda não são bem conhecidos mas pode ter correlação com a maior longevidade feminina e a idade é um fator de risco para demências, fatores hormonais também foram cogitados, mas questões sociais como menor acesso à educação podem também estar envolvidos.
A menopausa e o pós-menopausa aumentam o risco para a mulher?
Podem ter um papel, sim. No entanto um estudo recente conduzido no Reino Unido encontrou maior correlação entre terapia de reposição hormonal com estrógenos e desenvolvimento de demências. No entanto, o assunto não está encerrado e necessita maiores investigações.
Quais os sintomas mais comuns?
PROBLEMAS DE MEMÓRIA E ATENÇÃO – As Demências afetam as habilidades cerebrais como memória, atenção, orientação no tempo e espaço, capacidade de desenvolver e planejar tarefas, cálculo, entre outras.
MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO – Também podem ocorrer mudanças no comportamento, como ficar com suspeitas de estar sendo envenenado, roubado, traído, alterações do comportamento sexual, apatia, depressão ou ansiedade de início na terceira idade. Tais manifestações acabam por interferir no cotidiano da pessoa, afetando sua funcionalidade.
Com as pessoas vivendo mais surgem mais casos da doença de Alzheimer?
Sem dúvidas. À medida que envelhecemos aumenta o risco de desenvolver demências chegando a aproximadamente 40% entre aqueles com 90 anos ou mais. No entanto, isso é bem diferente de dizer que é natural do envelhecimento. As demências são doenças neurodegenerativas que se tornam mais frequentes com o passar dos anos.
O que fazer para prevenir?
As medidas de prevenção das demências são de extrema importância. As estimativas apontam que até 50% das demências seriam preveníveis em países de baixo desenvolvimento socioeconômico. Estima-se ainda que os maiores crescimentos nos números de casos nos próximos 30 anos ocorrerão nesses países.
- Medidas para controle de doenças como hipertensão arterial, diabetes, colesterol, cessação do tabagismo, redução no consumo de álcool deve ocorrer ao longo da vida adulta.
- Atividades físicas são fundamentais, mesmo em níveis mais brandos como caminhadas de 30 minutos ao dia, já trazem benefícios. Contudo, deve-se saber que caminhadas mais intensas e prolongadas trazem benefícios maiores.
- Outras medidas como interação social
- Boa qualidade de sono e
- Vacinação contra gripe e o pneumococo -que é o principal agente causador de pneumonias. Estas são medicas simples que auxiliam na prevenção.
Quais as novidades sobre diagnóstico e tratamento?
Apesar de não termos ainda uma cura para a Doença de Alzheimer, evoluímos muito no entendimento do desenvolvimento das demências. A partir desses conhecimentos foram desenvolvidos novos critérios e métodos para o diagnóstico cada vez mais preciso, nos colocando à frente de grandes desafios.
Desafios éticos, de planejamento de estratégias de enfrentamento, políticas públicas e prevenção. Mas acima de tudo, pela primeira vez o paciente pode ter o protagonismo na tomada de decisões a respeito de seus cuidados, uma vez que sua cognição e funcionalidades têm prejuízos menores no momento do diagnóstico.
Como mulher e médica, como você se preveni contra a doença de Alzheimer?
De fato, é um desafio ser mulher, médica, mãe, esposa e ainda encontrar um momento para si. Mas organizo minha rotina para que eu possa praticar atividades físicas regularmente (depois que deixo as filhas na escola e antes de ir para o consultório). Prezo por uma alimentação variada rica em frutas, verduras, legumes, peixes; procuro manter minha rotina de 8h de sono ao dia, me vacino regulamente (álbum de figurinhas completo!) e sempre que posso faço tudo para encontrar minhas amigas. Nada como um bom papo e umas boas risadas.
Foto de topo: Sacha Ueda
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