Atualizado em: 18 de outubro de 2022

Metade das mulheres se queixa de insônia na menopausa. Veja as dicas para te ajudar com esse problema

Você tem mais de 45 anos de idade e começa a ter problemas durante o sono. Acorda várias vezes durante a noite, ou acorda e não consegue dormir mais. No dia seguinte, você se sente cansada, indisposta, com falhas de memória.

Você não é a única. Muitas mulheres sofrem com a insônia na menopausa, um processo que dura anos e compromete a qualidade de vida das mulheres. Isso acontece porque há um desequilíbrio hormonal e uma queda na produção de estrogênios, que são os hormônios associados à regulação do sono da mulher.

A explicação é da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo: “As ondas de calor e suores que acompanham o desequilíbrio hormonal também podem ocorrer à noite e perturbar o sono. É importante estar atento à frequência desses episódios para que a insônia eventual não se transforme em crônica. A higiene do sono na transição para a menopausa tem um papel importante neste sentido, bem como os exercícios físicos.”

Sem dormir direito, como fica a qualidade de vida?

Claro que a qualidade de vida é muito afetada para as mulheres que sofrem com insônia na menopausa.

O desequilíbrio hormonal na menopausa provoca os conhecidos sintomas, como as ondas de calor, diminuição da libido, cansaço, ansiedade, secura na pele, entre dezenas de outros.  

A médica Renata Bonaccorso Lamego, ginecologista do Hospital Albert Einstein, explica ao site do Dr. Drauzio Varella que as alterações do sono estão entre os problemas que provocam maior impacto na vida das mulheres. “A insônia está entre as principais queixas que fazem a mulher, no período de transição menopausal, comparecer ao consultório do especialista”.

Sobre o tratamento da insônia na menopausa, a médica diz que, se não houver contra-indicações, a terapia de reposição hormonal pode ser indicada.

 “A variação nos níveis sanguíneos de estradiol, característicos da menopausa, promovem alteração dos neurotransmissores serotonina e dopamina, que estão intimamente ligados à regulação do sono. Ao se utilizar medicamentos de reposição hormonal, objetiva-se estabilizar essa variação de estrógenos e, dessa forma, melhorar o padrão de sono.”

Como melhorar o sono na menopausa?

Estudos do Instituto do Sono apontam que a insônia atinge seis a cada dez mulheres na menopausa. E que a as ondas de calor, um dos primeiros e principais sintomas da menopausa, atingem 70% das mulheres nessa fase. Muitas acordam à noite devido ao desconforto dos fogachos.

De acordo com os estudos, ainda, a menopausa chega para as mulheres em um momento de suas vidas que coincide com outros acontecimentos, também com consequências para elas e que podem interferir na qualidade do sono.  

São os filhos que crescem e saem de casa para estudar ou morar fora, caracterizando a “síndrome do ninho vazio”. Algumas ainda experimentam a solidão com a chegada da aposentadoria, para uma parcela delas, da viuvez ou da separação do companheiro.  

A médica Helena Hachul de Campos,  pesquisadora no Instituto do Sono, explica que a menopausa deve ser acompanhada de perto por um ginecologista.

Ela explica também que o componente psicológico é fundamental para garantir o bem-estar e qualidade de vida da mulher no climatério. E que pode ser necessária a ajuda de um psicólogo, especialmente se a mulher apresentar insônia.

“Hoje, considera-se a terapia cognitivo-comportamental como o método padrão-ouro para tratamento da insônia, sendo muitas vezes utilizada em associação a medicações para dormir”, diz a médica.

Higiene do sono

Para evitar que a insônia se torne crônica recomenda-se a Higiene do Sono às pacientes, diz a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo – SOGESP.

 Trata-se de uma terapia sem medicação e deve se tornar uma rotina no dia a dia.

  • Fazer a última refeição até oito horas da noite.
  • Preferir pratos leves, de fácil digestão.
  • Evitar atividade física depois das seis da tarde. O exercício depois desse horário desregula o relógio biológico.
  • Pessoas mais notívagas devem deixar a casa ou o ambiente onde estiver na penumbra.
  • A luz reduzida avisa o cérebro para secretar melatonina, o hormônio do sono.
  • Dedique-se a atividades agradáveis como ouvir música ou ver um programa na TV, mas fora do quarto de dormir.
  • Procure relaxar o corpo em uma poltrona confortável enquanto o sono não vem, vestida com roupa de dormir. Mas só vá para a cama quando tiver sono, realmente.

Relaxamento, meditação, Yoga…

Também são recomendadas as técnicas de relaxamento, meditação e yoga ou a prática diária de exercícios físicos, fundamentais para prevenir as alterações de humor e promover o bem estar e o sono.

Os casos de ansiedade leve, típicos do climatério, que dificultam pegar no sono podem ainda ser resolvidos com o uso de calmantes naturais, fitoterápicos, como as ervas passiflora, valeriana, melissa e avenna sattiva.

O neurologista José Renato Felix Bauab, pesquisador do Departamento de Neurologia da Universidade Federal Paulista (Unifesp), explica ao site da SOGESP que inclui nessa categoria o uso esporádico de medicamentos para dormir, uma necessidade que seu médico pode avaliar.

 “O ideal é utilizar remédios para dormir uma vez ou outra e mesmo assim, de formulações mais leves, com menor potencial de causar dependência”, diz Bauab, ao esclarecer que os medicamentos tradicionais benzodiazepínicos, os populares soníferos, não são mais receitados para a insônia típica do climatério, que se repete com certa freqüência. Eles são hoje indicados para os casos de insônia aguda (esporádica) ou nos distúrbios crônicos de impercepção do sono, por exemplo, em que o cérebro da pessoa não tem capacidade de perceber o estado de sono e só consegue dormir com sonífero. Diante de um quadro de ansiedade mais intenso, em que a insônia parece caminhar para tornar-se crônica, o neurologista considera ainda a indicação de um tratamento psicoterapêutico e o uso de anti-depressivos.

Fitoterapia para insônia na menopausa

O terapeuta Ademar Menezes Junior pesquisa plantas medicinais há décadas. Ele defende o uso de chás medicinais no alívio dos sintomas da menopausa, como a insônia.  

 “As plantas medicinais são cada vez mais uma alternativa para ajudar o equilíbrio hormonal das mulheres na menopausa. Nem todas podem fazer esse tipo de reposição. Além disso, as mulheres estão se conscientizando que a menopausa é um processo normal e buscando soluções para os sintomas sem agredir o organismo. As plantas medicinais são uma alternativa para trazer alívio, sem correr risco. Existem outras formas de aliviar os sintomas da menopausa, mas a Fitoterapia é uma das tradições mais antigas, onde a mulher se sente mais apoiada, mais reconfortada”.  

Imagem do topo: Pixabay/Engin Akyurt

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