Atualizado em: 28 de janeiro de 2020

Pesquisadores concluíram que a dieta cetogênica, e sua duração em períodos de até uma semana, pode beneficiar a perda de peso

Adotar a dieta cetogênica exige cuidado. Sucesso entre celebridades como Gwyneth Paltrow e Kim Kardashian e a querida por quem quer emagrecer rapidamente, essa dieta não deve ultrapassar uma semana, alertam pesquisadores.  

Em uma dieta cetogênica, 99% das calorias provêm de gorduras e proteínas e apenas 1% dos carboidratos. Pesquisadores descobriram que ela produz benefícios à saúde a curto prazo, mas efeitos negativos após cerca de uma semana.

O estudo foi feito em ratos mas é um passo importante para estudos em seres humanos.

A descoberta,  publicada na revista Nature Metabolism , destaca a interação entre o metabolismo e o sistema imunológico. Os pesquisadores descobriram que os efeitos positivos e negativos da dieta estão relacionados a células imunológicas chamadas células T gama delta, células protetoras de tecidos que reduzem o risco de diabetes e inflamações.

Como a dieta cetogênica ajuda a emagrecer?

Uma dieta cetogênica leva o corpo a queimar gordura, disse o principal autor Vishwa Deep Dixit, da Escola de Medicina de Yale. Quando o nível de glicose no corpo é reduzido devido ao baixo conteúdo de carboidratos da dieta, o corpo age como se estivesse em estado de fome – embora não esteja – e começa a queimar gorduras em vez de carboidratos. Esse processo, por sua vez, produz produtos químicos chamados corpos cetônicos como fonte alternativa de combustível. Quando o corpo queima corpos cetônicos, as células T delta gama de proteção de tecido se expandem por todo o corpo.

Isso reduz o risco de diabetes e melhora o metabolismo do corpo, disse Dixit, professor de Medicina Comparada e Imunobiologia. Depois de uma semana com a dieta ceto, ele disse, os ratos mostram uma redução nos níveis de açúcar no sangue e na inflamação.

Mas, porque a dieta cetogênica, e sua duração, pode prejudicar se for usada por mais tempo? Quando o corpo está nesse modo “faminto, não faminto”, o armazenamento de gordura também ocorre simultaneamente com a quebra de gordura, descobriram os pesquisadores. Quando os ratos continuam a comer a dieta rica em gorduras e com pouco carboidrato além de uma semana, disse o pesquisador, eles consomem mais gordura do que podem queimar e acabam desenvolvendo diabetes e obesidade.

“Eles perdem as células T gama-delta na gordura”, disse ele.

Pesquisadores querem saber mais sobre a dieta

Os pesquisadores defendem que a prescrição dessa dieta deve aguardar outros estudos. “Antes que essa dieta possa ser prescrita, é necessário um grande ensaio clínico em condições controladas para entender o mecanismo por trás dos benefícios metabólicos e imunológicos ou qualquer dano potencial a indivíduos com sobrepeso e pré-diabético”, disse Dixit.

Mas, existem bons motivos para esses estudos continuarem. Eles podem chegar a resultados que ajudem a diminuir a obesidade e o diabetes no mundo.

População de obesos e diabéticos só cresce no Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que 1 em cada 11 pessoas no mundo tem diabetes. Esse número vem crescendo.

Só no Brasil, entre 2006 e 2016, segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento de 60% no diagnóstico da doença. O aumento do número de diabéticos no mundo pode estar bastante ligado a um outro crescimento, o da obesidade: em 2025, o Brasil vai ser o quarto país em obesidade do mundo, encostado nos EUA, com 33 milhões de obesos.

Dessa forma, diminuir os carboidratos simples na alimentação pode ser uma boa medida para a perda de peso e redução da glicemia no sangue, desde que acompanhado por um médico.

Saber que a dieta ceto é melhor em pequenas doses já é uma boa notícia.

Foto de capa: @valeria_aksakova

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