Atualizado em: 18 de janeiro de 2023

Muitas mulheres acreditam que os sintomas terminam após a menopausa; mas não é bem assim. Elas devem aprender como se cuidar depois da menopausa

Por: Mirtes Wiermann-Editora

A menopausa, que marca o fim da fase reprodutiva da mulher, não é o fim do mundo. Pensem que é nessa “fase” que poderemos viver quase a metade de nossas vidas.

Considera-se que a mulher está na menopausa 12 meses após a última menstruação, que é apenas um marco, como foi a primeira. A menopausa é um fenômeno biológico que faz parte do climatério, um período que começa lá pelos 45 anos e é caracterizado por mudanças físicas e emocionais, como os famosos calorões, insônia, irritabilidade, etc.

Acontece que muitas mulheres pensam que os sintomas da menopausa param por aí. Não é assim, explica a ginecologista Natacha Machado, que é parceira da Plenapausa, a primeira femetch no Brasil que promove informação, solução e acolhimento às mulheres na menopausa.

E, segundo a psicanalista e fundadora da Plenapausa, Márcia Cunha, muitas mulheres sentem-se perdidas em relação ao que fazer e como se cuidar após a menopausa.

“Hoje, nós sabemos que as mulheres de 45, 50, 60 anos estão com tudo! Muitas ainda estão no mercado, no auge da carreira, estão curtindo um novo relacionamento ou, pela primeira vez, aproveitando o casamento, envolvidas em grandes projetos, entre outras coisas. Por isso, é muito importante que os cuidados que elas estão aprendendo a ter durante o climatério, as acompanhe em toda essa jornada, desde o primeiro sintoma até o último dia do pós menopausa, que é o último da sua vida”.

Eu conversei com as duas especialistas sobre como se cuidar depois da menopausa.

COMO SE CUIDAR DEPOIS DA MENOPAUSA: DICAS DA GINECOLOGISTA

ginecologista explica sintomas da menopausa

A ginecologista Natacha Machado explica que os sintomas iniciam com o climatério, que antecede a menopausa, quando a produção do estrogênio cai.

“Quando ocorre a última menstruação, que é a menopausa de fato, essa produção, que já está baixa, cessa. Então os sintomas permanecem ou até aumentam, em algumas mulheres”.

Quais sintomas da menopausa continuam na pós menopausa?

“Isso pode variar de mulher para mulher. Os sintomas mais clássicos, como os calorões e alterações no sono, geralmente são mais intensos nos cinco primeiros anos e tendem a diminuir após. Já a facilidade no ganho de peso, o aumento da gordura abdominal, a perda e diminuição da libido, queda da disposição, podem permanecer. Por isso é tão importante buscar, desde o climatério, alternativas que tratem e aliviem esses sintomas”.

Com o aumento da expectativa de vida, espera-se que as mulheres vivam nos pós menopausa pelo menos 1/3 de suas vidas, convivendo com esses sintomas?

“Podemos dizer que sim. Mas isso pode variar de mulher para mulher, não existe uma regra. A tendência é que os sintomas diminuam após os primeiros anos, mas existem mulheres que sofrem com as mesmas sensações por muito mais tempo. Por isso é tão importante buscar alternativas que ajudem nos sintomas, para que se viva plenamente a pós menopausa, com saúde e bem-estar”.

Como se cuidar depois da menopausa?

“A menopausa é um fenômeno natural, vai atingir a todas as mulheres, sem exceção. O que vai mudar é a intensidade em cada uma delas. Por isso, é importante reforçar que o tratamento é necessário, mas o comprometimento da paciente com a sua saúde também é. Então é preciso cuidar da alimentação, praticar exercícios, se hidratar e ter um boa noite de sono. Essa é a parte que cada uma precisa fazer para ajustar a saúde individualmente”. 

Como ginecologista, o que acha que deve mudar na abordagem da menopausa para ajudar a mulher?

“Precisamos mudar a ideia de que menopausa é coisa de velha e que significa finitude. Isso é puro preconceito e impõe ainda mais sofrimento à mulher. A menopausa é mais uma fase, como foi a menstruação ou a gravidez. A mulher continua apta a tudo, o que muda é o fim do período reprodutivo. Segue a capacidade laboral, cognitiva, sexual, seguimos mulher”.

COMO CUIDAR DOS SINTOMAS EMOCIONAIS NA PÓS MENOPAUSA

Márcia Cunha fala dos sintomas emocionais da menopausa

A psicanalista Márcia Cunha fala sobre os sintomas emocionais da menopausa e quais continuam na pós menopausa.

Quais sintomas emocionais continuam após a menopausa?

“Os sintomas continuam na pós menopausa, geralmente mais intensos nos primeiros anos e com uma tendência a diminuir em seguida. Mas existem algumas mulheres que permanecem com os sintomas mesmo após dez, quinze anos de pós menopausa. Isso pode variar de mulher para mulher.

Nós avaliamos cerca de quatro mil mulheres em 2022 e, segundo os nossos dados, os principais sintomas emocionais da menopausa são  depressão e ansiedade (82%) e alterações de humor/ instabilidade emocional (88%)”.

Esses sintomas podem gerar mudanças de comportamento?

“Certamente! Além dos sentimentos decorrentes de uma depressão e instabilidade emocional, como irritação e o desânimo, as mulheres nesta fase costumam se sentir menos produtivas, sentem menos energia para as suas atividades diárias, perdem ou sentem uma baixa considerável na libido. Todas essas questões afetam diretamente sua vida pessoal, profissional e os seus relacionamentos também”.

A menopausa ainda é vista com preconceito, até mesmo para mulheres bem sucedidas?

“Acredito que a melhor forma de lidar ainda com esse tabu que envolve a menopausa, é falando sobre ela. Incentivando as mulheres a falarem, a buscarem informação e opções que promovam alívio dos seus sintomas e, principalmente, tendo em mente que todas nós chegaremos na menopausa. E ela é só mais um ciclo natural das nossas vidas, assim como tivemos a primeira menstruação, a gestação e a amamentação. Como costumamos dizer na Plenapausa, a menopausa é uma vírgula e não um ponto final”.

Com o aumento da expectativa de vida, espera-se que as mulheres vivam no pós menopausa pelo menos 1/3 de suas vidas, convivendo com esses sintomas?

“Isso depende muito de mulher para mulher. Mas sabemos que todo o período após a última menstruação é a pós menopausa. Então é possível, sim, que as mulheres vivam esses anos com essas sensações. Por isso, é tão importante ter esse conhecimento de quais são os seus sintomas e buscar a melhor forma de tratá-los”.

Como psicanalista, o que você acha que deve mudar na abordagem da menopausa para ajudar a mulher?

“Acredito que o primeiro passo é falar sobre a menopausa, compartilhar com as amigas, familiares. Precisamos quebrar esse “tabu” de que a menopausa é um período de “vergonha” e que ele precisa ser guardado a sete chaves. Nós temos que nos orgulhar desta fase, do nosso amadurecimento e entender que podemos viver com qualidade, autoestima e autonomia.  É preciso falar sobre para esse movimento ganhar força e mudarmos todo um mercado, que vai desde o de beleza, propaganda e até a gestão dentro de uma empresa. Mulher na menopausa ainda é produtiva, bonita, e tudo que quisermos ser”.

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DICAS PARA QUALIDADE DE VIDA DEPOIS DA MENOPAUSA

Uso de fitoterápicos: Alguns ativos têm o poder de controlar e minimizar os sintomas da menopausa, como gérmen de soja, amora miura e inositol, para os sintomas como os fogachos e suores noturnos. Além da dupla famosa, L-triptofano e magnésio, para melhora da ansiedade, humor e bem-estar. “Hoje em dia, infelizmente, não são todas que têm acesso a uma investigação clínica correta e a um tratamento individualizado, o que é necessário para uma reposição hormonal correta e segura. Então a fitoterapia permite esse tratamento dos sintomas de uma forma natural e acessível, pois não traz nenhum dano ao paciente,”, explica a ginecologista Natacha Machado.

Praticar atividade física: Segundo dados da Plenapausa, que já avaliou cerca de quatro mil mulheres, as dores musculares e articulares estão entre as principais queixas de mulheres na menopausa, atingindo 80% das avaliadas. “A atividade física monitorada e feita corretamente é uma forte aliada contra as dores decorrentes do período, pois fortalece a musculatura, promove a sensação de satisfação e bem-estar e, além disso, contribui com a queima de gordura localizada, que fica mais concentrada na região abdominal nesta fase”, comenta Márcia Cunha.

Ter uma rede de apoio: Segundo a psicanalista, um dos problemas mais relatados pelas mulheres desde o climatério até o pós menopausa, é a solidão. “Por ainda ser considerado um tabu, as mulheres não falam sobre o tema em casa e, muitas vezes, nem com as amigas. Isso gera uma sensação de solidão, como se só ela estivesse passando por aquele momento.” Para a especialista, falar sobre o assunto com pessoas que estejam atravessando a mesma jornada, pode ajudar a se sentir melhor. “Quando a mulher entende que não está sozinha e que, a menopausa é uma fase natural da vida, ela se sente mais acolhida e confiante, isso se reflete diretamente em sua autoestima e bem-estar”, conclui.

Foto de topo: Silvia Rita/Pixabay

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