Atualizado em: 6 de setembro de 2023

A atrofia vaginal afeta principalmente as mulheres na pós-menopausa e é pouco discutida; médica defende a urgência de mais atenção

Na menopausa, as mulheres convivem com vários tipos de problemas causados pela diminuição de hormônios, como o estrogênio. A atrofia vaginal é um deles, e também vem acompanhado  de vergonha e desinformação.

Muitas mulheres sentem-se envergonhadas de discutir os sintomas com o seu médico e podem resignar-se a viver com eles.

A atrofia vaginal (vaginite atrófica) é o afinamento, ressecamento e inflamação das paredes vaginais que pode ocorrer quando o corpo tem menos estrogênio e é mais frequente após a menopausa. Também conhecida como secura vaginal, o problema é bastante comum.

Para muitas mulheres, a atrofia vaginal torna a relação sexual dolorosa e também causa sintomas urinários angustiantes, uma condição que os médicos podem denominar de “síndrome geniturinária da menopausa”.

SINTOMAS DA SÍNDROME GENITURINÁRIA DA MENOPAUSA

Aqui estão alguns dos sinais e sintomas da síndrome geniturinária na menopausa (GSM):

  • Secura vaginal
  • Queimação vaginal
  • Corrimento vaginal
  • Coceira genital
  • Sensação de queimação ao urinar
  • Urgência para urinar
  • Precisa urinar com frequência
  • Infecções recorrentes do trato urinário
  • Incontinência urinária
  • Sangramento leve após relação sexual
  • Desconforto durante a relação sexual
  • Menos lubrificação vaginal durante a atividade sexual
  • Estreitamento e encurtamento do canal vaginal

ATIVIDADE SEXUAL É IMPORTANTE

A atividade sexual regular, com ou sem parceiro, pode ajudar a manter os tecidos vaginais saudáveis e pode prevenir a síndrome geniturinária da menopausa. A atividade sexual aumenta a circulação sanguínea na vagina, o que ajuda a manter os tecidos vaginais saudáveis.

ATROFIA VAGINAL AFETA A VIDA DAS MULHERES

A atrofia vaginal é uma condição que merece atenção e compreensão, pois impacta de maneira significativa a vida sexual das mulheres em diferentes estágios de suas vidas. De acordo com um estudo recente conduzido pelo National Center for Biotechnology Information (NCBI), a atrofia vaginal é uma realidade comum para mulheres de todas as idades, mas é mais prevalente entre aquelas que passaram pela menopausa. 

Na pesquisa, foi observado que cerca de 15% das mulheres apresentam sintomas de atrofia vaginal antes da menopausa, enquanto entre 40% a 57% das mulheres na pós-menopausa experimentam os sintomas. A queda acentuada de 95% na produção de estrogênio, durante a menopausa, desempenha um papel crítico nesse processo.

SILÊNCIO E BARREIRAS NA BUSCA POR TRATAMENTO

Surpreendentemente, mesmo diante da relevância desses números, aproximadamente 70% das mulheres que experimentam sintomas de atrofia vaginal evitam discutir o assunto com seus médicos.

A vergonha e a falta de informação são frequentemente citadas como as principais razões para esse silêncio.

Além disso, crenças culturais, religiosas e sociais contribuem para essa relutância em buscar ajuda.

Essa tendência tem como resultado o subdiagnóstico e o subtratamento dessa condição delicada, deixando muitas mulheres sem a assistência necessária.

Os dados apresentados pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) trazem à tona um quadro preocupante quanto ao acesso a cuidados médicos essenciais.

Milhões de brasileiras ainda não tiveram o acompanhamento de um ginecologista, sendo que outras milhões não consultam um há quatro anos ou mais, o que destaca a importância de conscientizar as mulheres sobre a necessidade de cuidados contínuos em saúde reprodutiva.

COMO A ATROFIA VAGINAL AFETA A VIDA SEXUAL

A atrofia vaginal não apenas traz desconforto físico, mas também afeta a vida sexual das mulheres em várias maneiras.

Pesquisas revelam que 62% das mulheres com atrofia genital evitam a intimidade, 58% têm menos atividade sexual, 35% adiam ou evitam a relação sexual e 23% chegam a excluir o sexo de suas vidas, afetando a saúde emocional e os relacionamentos.

A psicoterapeuta holística Carla Maria Rezende Rodrigues, de 61 anos, procurou ajuda médica aos 58 anos após sentir intensas dores durante as relações sexuais.

 “Você se sente muito mal com o desconforto e a restrição que impõe nas relações íntimas e se sente anormal”, relembra.

Carla aconselha sobre a importância de buscar informações referentes ao tratamento, de ampliar o autoconhecimento e encontrar um profissional de confiança. 

“Procurem conversar, se informar, não se sintam diferentes, incapazes ou infelizes por isso. É possível continuar nossas vidas sexualmente saudáveis e de modo mais pleno”.

OS TRATAMENTOS HORMONAIS E NÃO HORMONAIS

Dra Alexandra Ongaratto explica como manter a saúde vaginal. Foto: Divulgação.

Responsável pelo tratamento de Carla, Alexandra Ongaratto, médica ginecologista endócrina e Diretora Técnica do Centro Clínico Ginecológico do Brasil, o Instituto GRIS, explica que a Terapia Hormonal Local (THL), que utiliza estrogênio na forma de cremes ou anéis vaginais para restaurar os tecidos afetados, e Terapias Não Hormonais, como tratamentos a laser, estimulam a regeneração dos tecidos e são opções eficazes para o tratamento.

 “Uma vida sexual ativa, uma dieta saudável e consultas regulares ao ginecologista são componentes cruciais para manter a saúde vaginal e melhorar a qualidade de vida”, enfatiza a médica.

Imagem de topo: Karly Ukav/Freepik

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