Atualizado em: 7 de janeiro de 2021

Médica oncologista diz que brasileiras ainda desconhecem fatores de risco e sinais de tumores que podem afetar o colo de útero, ovário, vagina, vulva e endométrio

O câncer ginecológico de Fátima Bernardes chamou a atenção de milhares de fãs em todo o país. Mas, principalmente, segundo médicos, chamou a atenção para a necessidade de as mulheres se conscientizarem sobre o problema.

Emocionada, após a cirurgia para retirada de um câncer no endométrio, a jornalista Fátima Bernardes, 58 anos, retornou ao programa Encontro, na TV Globo, na segunda-feira, 4 de janeiro. Ela falou sobre sua recente experiência e ressaltou a importância de uma rotina de controles periódicos da saúde e olhar atento de sua ginecologista na detecção do tumor ainda em fase inicial.

CÂNCER GINECOLÓGICO DE FÁTIMA BERNARDES: DIAGNÓSTICO PRECOCE

O câncer ginecológico de Fátima Bernardes chama a atenção para a necessidade do diagnóstico precoce. 

Exames periódicos, atenção a sintomas e olhar atento do ginecologista podem fazer a diferença no diagnóstico precoce e tratamento do câncer ginecológico.

Em sua volta ao programa de tv, Fátima ouviu relatos de outras sobreviventes da doença, e disse: “Eu realmente me cuido, mas também tive muita sorte do olhar atento da minha médica, porque eu não tinha nenhum sintoma além do leve espessamento do endométrio. Vale a pena você investir e lutar pra ficar viva”, destacou.

DIAGNÓSTICO PRECOCE SALVA VIDAS

Médica Michelle Samora: “Sigam o exemplo de Fátima Bernardes e se informe sobre câncer ginecológico”. Foto: Divulgação.

A médica Michelle Samora, oncologista do CPO Oncoclínicas, explica que o alerta da jornalista é especialmente importante por que ainda há muita desinformação sobre o conjunto de tumores malignos que podem afetar não apenas o útero como outras partes que compõem o aparelho reprodutivo, como ovário, vagina e vulva.

De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), os cânceres ginecológicos são responsáveis por 19% dos diagnósticos da condição no mundo a cada ano. Apesar da aumentada incidência, poucos conhecem – e previnem – esses tipos de tumores femininos ligados ao colo de útero, ovário, vagina, vulva e endométrio.

“O diagnóstico precoce pode salvar vidas, mas muitas mulheres ainda vêem esse assunto como um tabu e por isso acabam não levando suas queixas para os consultórios”, destaca a dra. Michelle Samora.

Para a especialista, a falta de conhecimento faz com que sinais iniciais da doença sejam ignorados, contribuindo para identificação tardia do câncer em órgãos femininos.

Abaixo, a médica destaca algumas informações essenciais sobre os diferentes cânceres ginecológicos:

ATENÇÃO AOS SINAIS DO CÂNCER GINECOLÓGICO

O câncer ginecológico de Fátima Bernardes foi diagnosticado precocemente. Mas, os sintomas do câncer de ovário são discretos e demoram a se manifestar. Por isso, na maioria dos casos, é diagnosticado tardiamente, quando a doença já se espalhou pelo aparelho reprodutor, dificultando o tratamento.

  • Quando aparentes, os sintomas podem ser:
  • Aumento do volume abdominal
  • Aumento na vontade de urinar
  • Alterações no ciclo menstrual
  • Dor durante a relação sexual, entre outros.

Muitos sintomas, quando aparentes, são parecidos com os desconfortos do dia a dia da mulher e, na maioria dos casos, são deixados de lado. Caso perceba qualquer alteração, é recomendado que a mulher procure um especialista.

MIOMA E O ANTICONCEPCIONAL

Também, ao contrário do que muitas mulheres imaginam, o mioma não é maligno e o uso de contraceptivos é benéfico à saúde do útero.

O mioma é um tumor benigno que pode surgir no útero e não aumenta o risco de câncer. Além disso, o uso de anticoncepcional diminui o risco deste tipo de câncer. Aliás, o que diminui o risco de câncer de endométrio são dieta e exercícios físicos, uso de anticoncepcional e amamentação.

HEREDITARIEDADE

Apenas 10% dos tumores ovarianos são decorrentes da predisposição genética hereditária, causados por uma mutação em certos genes, herdada de pai ou mãe, que pode aumentar o risco de surgimento do tumor. Em situações especiais, quando avó e mãe apresentaram tumores de ovário é possível realizar exames específicos de análise genética.

Caso seja comprovado a suspeita, é possível indicar medidas como a cirurgia preventiva de retirada dos ovários, mas, ainda assim, esta é uma decisão que deve ser tomada de forma conjunta por paciente e médico.

VACINA DO HPV E PRESERVATIVO COMO FORMA DE PROTEÇÃO

O HPV é o principal fator relacionado ao câncer do colo uterino, de vagina e de vulva. Quando tomamos conhecimento do agente causador do câncer do colo de útero, os dados são alarmantes, pois 90% das mulheres acometidas com câncer de colo do útero têm o vírus.

TIPOS DE CÂNCER DE ÚTERO

Muitas mulheres desconhecem que existem dois tipos de câncer que podem surgir no útero:

  • O câncer de endométrio (camada interna do útero)
  • E o de colo de útero (porção mais inferior do útero).

A médica Michelle Samora explica que, apesar de surgirem no mesmo órgão, são tumores totalmente diferentes. O câncer de colo de útero está muito relacionado à infecção por HPV, já o câncer de endométrio tem relação com hormônio feminino. O diagnóstico preciso é feito através da biópsia.

Imagem de capa: Instagran Fátima Bernardes

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