Atualizado em: 8 de novembro de 2019

Abacate e diabetes: estudo científico mostra que o abacate pode ter um importante papel no controle da glicemia

O abacate pode ser a chave para gerenciar a obesidade e ajudar a retardar ou prevenir o diabetes, de acordo com um novo estudo da equipe de pesquisa da Universidade de Guelph.

Pela primeira vez, pesquisadores, liderados pelo Prof. Paul Spagnuolo, descobriram uma molécula de gordura encontrada apenas no abacate que é capaz de reduzir a resistência à insulina, a avocatina (AvoB). Esse composto pode inibir processos celulares que normalmente levam ao diabetes. Em testes de segurança em humanos, a equipe também descobriu que a substância foi absorvida no sangue sem efeitos adversos no rim, fígado ou músculo.

Diabetes: doença silenciosa, sem cura, e que a maioria não sabe que tem

A obesidade é um fatores que causam a diabetes, doença que cresce em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 11 pessoas no mundo tem diabetes.

Só no Brasil, entre 2006 e 2016, segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento de 60% no diagnóstico da diabetes. O desafio é a falta de controle glicêmico dos pacientes: 50% dos diabéticos desconhecem o diagnóstico.

A diabetes é uma doença metabólica caracterizada pela elevação da glicose no sangue. Isso acontece por que o pâncreas não consegue fabricar o hormônio da insulina suficiente para promover a entrada da glicose nas células para as diversas atividades celulares. A alta taxa de glicose no sangue pode provocar danos em órgãos como os rins, além de poder levar à amputação de membros inferiores e causar cegueira. Pacientes com hiperglicemia são mais suscetíveis a ataques cardíacos ou derrames.

Com o passar dos anos, as pessoas devem adotar um estilo de vida baseado na alimentação saudável e prática de exercícios.

Pesquisa revela composto do abacate que pode prevenir o diabetes   

Em seu estudo, a equipe de pesquisadores do Canadá alimentou ratos com dietas ricas em gordura por oito semanas para induzir a obesidade e a resistência à insulina. Nas cinco semanas seguintes, eles adicionaram o composto isolado da gordura do abacate às dietas já ricas em gordura de metade dos ratos.

Os ratos que receberam o composto de abacate pesavam significativamente menos do que os do grupo controle, mostrando um ganho de peso mais lento. Mais importante, disse Spagnuolo, os animais tratados mostraram um aumento na sensibilidade à insulina, o que significa que seus corpos foram capazes de absorver e queimar glicose no sangue e melhorar sua resposta à insulina.

Em um estudo clínico em humanos, o composto de gordura do abacate administrado como suplemento dietético a participantes que fazem uma dieta ocidental típica foi absorvido com segurança pelo sangue sem afetar o rim, fígado ou músculo esquelético. A equipe também viu reduções de peso em seres humanos, embora Spagnuolo tenha dito que o resultado não era estatisticamente significativo.

Tendo demonstrado sua segurança em humanos, eles planejam realizar ensaios clínicos para testar a eficácia do composto no tratamento de doenças metabólicas em humanos.

Prof. Paul Spagnuolo – Universidade de Guelph

Spagnuolo disse que o teste de segurança ajudou a equipe a determinar qual quantidade de composto incluir na formulação do suplemento.

Após receber a aprovação da Health Canada para o composto como um complemento humano, ele será comercializado a partir de 2020 através da SP Nutraceuticals Inc., uma empresa de produtos de saúde natural com sede em Burlington, Ontário, Canadá.

Abacate, a fruta com gordura saudável

O pesquisador explica que consumir o abacate in natura provavelmente não traria os mesmos resultados, pois a quantidade da molécula de gordura com propriedade  terapêutica encontrada na pesquisa varia muito na fruta.

Embora os abacates tenham sido apontados como um alimento para perda de peso, Spagnuolo disse que são necessários mais estudos. Ele disse que uma dieta saudável e exercícios são recomendados para evitar distúrbios metabólicos que levam à obesidade ou diabetes.

O aluno de doutorado Nawaz Ahmed, principal autor do artigo, disse: “Nós defendemos a alimentação e o exercício saudáveis ​​como soluções para o problema, mas isso é difícil para algumas pessoas. Sabemos disso há décadas, e a obesidade e o diabetes ainda são um grande problema de saúde”.

Fontes:

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